A autora, mãe de cinco filho, contesta a ideia de que corrigir o filho é um erro.
A filosofia de tratar filhos sem dar ordens é um desdobramento de teorias psicológicas popularizadas entre os profissionais da saúde mental nas décadas de 1960 e 1970, explica o psicólogo John Rosemond. Diz ele:
O tema principal disso então é o mesmo que o tema principal agora: essencialmente, as crianças se comunicam por meio de suas emoções porque lhes falta a sofisticação da linguagem para fazer o contrário de maneira muito eficaz. E é de extrema importância que os pais interpretem e respondam adequadamente à comunicação emocional de seus filhos. … Os pais estão morrendo de medo de pessoas com Ph.D., que eles supõem saber do que estão falando. Eles têm medo de que, se não concordarem com as emoções de seus filhos, podem causar em seus filhos todo o tipo de distúrbio psicológico.
Emily Oster explica:
Há muitas evidências sugerindo que a consistência é importante para gerar mudança de comportamento na parentalidade — na implementação de uma rotina de sono, na imposição de comportamentos relacionados às refeições, etc. Inerente à consistência está algum estabelecimento de limites e alguma estrutura parental. Fazer o que as crianças querem em uma determinada noite tem mais ou menos garantia de não ser consistente porque as crianças não são consistentes. Isso pode ser um problema.
Há evidências significativas sugerindo que o treinamento do sono (ou seja, alguma forma do que as pessoas chamam de ‘chorar’) melhora o sono de bebês e crianças e melhora o sono dos pais, reduz a depressão e melhora a satisfação conjugal. Também há boas evidências aleatórias refutando a ideia de que o treinamento do sono leva a problemas de apego a longo prazo
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Existe uma clara conexão entre as taxas de uso do celular e as crescentes taxas de ansiedade, depressão, bullying e acesso à pornografia entre os adolescentes. Embora os padrões prejudiciais de alimentação e sono, estabelecidos desde tenra idade, tenham um efeito deletério no desenvolvimento de corpos e mentes, o mesmo acontece com o acesso a smartphones e dispositivos habilitados para internet na pré-adolescência e no início da adolescência.
Criar filhos é difícil, mas, de muitas maneiras, estamos tornando as coisas mais difíceis para nós mesmos ao tentarmos ser versões “gentis” e “positivas” de nós mesmos. A curto prazo, muitos de nós achamos mais fácil capitular com relação a sono, comida e tecnologia; é mais fácil ceder do que defender nossa posição. E temos toda uma filosofia parental e uma cultura dominante nos incentivando a fazer isso. Mas, a longo prazo, está tornando pais e filhos menos felizes, versões piores de nós mesmos, transformando a vida familiar, desnecessariamente, em infelicidade.
