OS SABERES DO INFERNO
Com quase tudo eu concordaria, no excelente ensaio do Gustavo Bertoche, exceto pelo fato de que não é a quantidade de livros lidos uma boa métrica para a inteligência moderna. Para a cultura talvez e nem mesmo ela. O grande, o imenso problema da nossa formação acadêmica hoje é o sindicalismo. E é o problema de várias culturas e vários países. O que chamo aqui de sindicalismo é a captura do ensino superior por uma aristocracia idiota que pouco ou nada tem compromisso com o saber, de qualquer sabor, raça ou tipo. São os burrocratas do atraso e do cartão de ponto. Os almoxarifes das verbas públicas destinadas ao ensino. Tal doença atinge a tudo e a todos no mundo acadêmico, com especial virulência no mundo digital e cercanias. Falo de experiência própria. Da triste experiência de ver “cientistas” cuidando mesmo é das verbas das quais se locupletam. Do professorado ser imbecilizado por um método, por uma censura, por uma militância pilantra que simplesmente não permite o nascimento de uma curiosidade, seja ela de qualquer extirpe. Tive um canal numa plataforma para ensinar, gratuitamente, aquilo que aprendi em minha vida profissional. Fui perseguido, desmonetizado, achincalhado, xingado até por uma banda bem específica de militantes do atraso e das agendas ditas “pogressistas”. Gente imbecil. Ignorantes. Sequer conseguem separar a figura de que não gostam da qualidade da contribuição dada ao conhecimento. E isto num ambiente supostamente “moderno” e inclusivo. Impedir o bom ensino parece ser o mote e a meta dessa gente rumbeira. Esconder o bom conteúdo. Relativizar. Condecorar, entre os seus, as “boas práticas” do ensino vigarista e premiar seus apadrinhados. Tudo isso para justificar um mecanismo inchado, bolorento, cartorial, comparsa e cumpanheiro. A farsa do “ensino de qualidade” e a falta da qualidade no ensino. Por este prisma, gente como Paulo Freire talvez não seja culpada por nosso atraso secular, mas são seus gerentes, na crise atual, em todo o seu esplendor marreta. E o que eles representam é a portaria. Só entra quem tem crachá de imbecil, previamente obtido nas hostes do cacarejo. Tem jeito? Jeito tem. Jeito de coisa propositalmente mal feita. Cara do que o cachorro Caramelo fez no papel ontem, lá no cantinho.
Artigo que originou a resposta: A Psicologia Regrediu no Brasil