A Bíblia tem respostas
1. As Escrituras falam da raiz do problema.
Um conselheiro pode passar algum tempo falando sobre comportamentos pecaminosos, e há um lugar para isso. Mas deve-se abordar também a raiz pecaminosa que causa o comportamento. Jesus ensinou que pensamentos e comportamentos vêm do coração (Lucas 6:45). Concentrar-se na necessidade espiritual oferece uma mudança duradoura porque se aborda a motivação para o pecado.
Algumas dessas mulheres feridas precisam vir ao Senhor pela primeira vez. Mesmo que elas estivessem na igreja durante esta temporada, elas podem não ter um relacionamento pessoal com o Salvador. Jesus diz que não podemos honrá-lo ou mudar sem uma conexão com ele. Ele é a videira verdadeira, e Seu povo são ramos cheios de frutos. Ele diz: “…sem mim nada podeis fazer” (João 15:1-5). Para começar, apresente as belezas do evangelho.
2. A Escritura oferece a solução.
Quando o Senhor deu a lei ao Seu povo, em Êxodo 20, Ele “falou todas estas palavras, dizendo: Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão” (Ex. 20:1-2). A obediência aos Dez Mandamentos baseia-se em um relacionamento: o relacionamento entre o Libertador e Seu povo. O primeiro mandamento é “Não terás outros deuses diante de mim” (Ex. 20:3). Não deve haver amor ou serviço aos outros maior do que o amor e o serviço a Deus. O segundo mandamento exige que nenhuma coisa criada seja adorada ou valorizada acima do Senhor. Ele é um Deus ciumento. Essa adoração equivocada é chamada de ódio nas Escrituras, ódio ao amor de Deus (Ex. 20:5; Mt. 6:24; Lc. 16:13; Rm. 1:18-25; Tg. 4:4-5). Um relacionamento humano não deve se tornar idólatra. A idolatria nos afasta de Deus.
Outras Escrituras falam sobre substituir o amor de si/outros pelo amor de Deus. Efésios 3:14-19 é uma bela oração que coloca a atenção na obra da Trindade para realizar a vontade de Deus na vida de Seu povo. Toda a glória pertence a Ele (Ef. 3:20-21). O Espírito Santo capacita os crentes a combater o pecado da idolatria (Rm 6:5-14; Ef. 4:17-24; Fil. 3:7-11). Essa substituição de afetos é realmente uma luta para essas mulheres que perderam o culto, assim como é uma luta para todos nós. Reconhecer a raiz do pecado inicia o processo de mudança.
Precaução para o conselheiro
1. Evite um foco doentio no passado pecaminoso.
Na minha experiência, a mulher que vem para aconselhamento não quer reviver a degradação que já sente. É provável que ela esteja cheia de arrependimento, mas seus sentimentos são crus. Ela pode estar com raiva de seu ex-parceiro, seus pais ou dos cristãos. Ela pode sentir que não pode ser amada por Deus. Ajude-a oferecendo a promessa de purificação, santificação e justificação encontrada em 1 Coríntios 6:9-11 e 1 João 1:9. Esteja preparado para as lágrimas enquanto você oferece a verdade de Deus.
2. Evite tratar este pecado como pior do que qualquer outro pecado.
A mulher que vem para aconselhamento é sensível a ser rotulada pelo seu pecado. Se ela cresceu na igreja, ela já conhece Romanos 1:24-27. Talvez uma pessoa irada a tenha denunciado por seu pecado, dizendo que Deus a entregou ao julgamento. Uma leitura adicional de Romanos 1 (versículos 28-32) descreve muitos tipos de pecado que são a prática de mentes degradadas. O lesbianismo não é o pecado imperdoável.
3. Evite se tornar um foco distorcido dos afetos da mulher.
A conselheira deve resguardar-se da tentação de agir como a salvadora de sua amiga. O relacionamento intenso que pode se desenvolver na sala de aconselhamento pode se deteriorar em um substituto distorcido e controlador para a própria pessoa da qual o aconselhado está tentando escapar. É surpreendente quantas dessas mulheres se envolveram no contexto de um ambiente “espiritual”. O conselheiro deve constantemente lembrar ao aconselhado que Jesus Cristo é o Salvador que oferece amizade verdadeira e definitiva (João 15:13-15). Não deve haver nenhum ídolo, nem mesmo o conselheiro.
Conclusão
À medida que nossa cultura se afasta de servir somente a Deus, muitos tipos de pecado aparecerão na sala de aconselhamento. O tratamento obsessivo e controlador de uma pessoa do mesmo sexo é um desses pecados. Atravessa as barreiras da idade e é visto até nas igrejas. A verdadeira mudança vem ao apontar a aconselhada para Jesus, seu verdadeiro amigo. À medida que o Espírito Santo opera, seu aconselhado começará a respeitar o Senhor com temor (Pv 9:10) e responderá a Ele com amor (Mt 22:37-38). Então ela conhecerá o amor de Deus e sentirá o amor puro pelo próximo.
Perguntas para reflexão
- Que outras passagens bíblicas podem ser usadas para ajudar um homem ou uma mulher com desejos distorcidos?
- Existem maneiras de mudar seus métodos de aconselhamento?
- Você tem um aconselhado que está caindo no erro de idolatrá-lo? Se sim, que medidas precisam ser tomadas?
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Olga Kobruseva, via Pexels