O Dicionário Oxford elegeu a palavra do ano.
Como disse o site The Ringer, a escolha da palavra do ano não resulta de extensiva pesquisa, mas sim de decisão arbitrária. A metodologia consiste em inscrever um vasto número de palavras,retiradas de livros, jornais, blogs, em um “sofisticado software”; entregar o resultado a “lexicógrafos especialistas” que, dentre as com maior incidência, escolhem as que lhes agradam.
Essas palavras, entretanto, não deixam de refletir um certo zeitgeist do ano.
Por exemplo, todas as manchetes mundiais concluíam, desde a pré-campanha, que Hillary Clinton seria a presidente dos Estados Unidos. No dia seguinte à eleição norte-americana, a Newsweek teve que sair às pressas recolhendo de bancas e assinantes as revistas que distribuiram com a foto acima. A propósito, Justin Sullivan acompanhou Hillary por dois anos, e, caso você não tenha percebido, na foto inestimável, ela está autografando a revista.
Sullivan conseguiu capturar num instante duas vezes o mesmo comportamento: o pós-verdade. Não foi coincidência, portanto, essa palavra ter sido eleita após a eleição norte-americana.Tanto a revista quanto Hillary se encaixam na definição que o dicionário Oxford dá à palavra do ano: é um adjetivo “relativo a ou que denota circunstâncias nas quais os fatos objetivos são menos influentes na formação da opinião pública do que apelos à emoção e crença pessoal”.
Jim Denison lembra como trabalha a ideologia esquerdista:
“Durante décadas, nos disseram que a verdade é pessoal e subjetiva. O argumento funciona assim: Nossas mentes interpretam nossos sentidos, resultando em conhecimento. Mas duas pessoas não sentem o mundo nem interpretam seus sentidos exatamente da mesma maneira. Como resultado, não pode haver uma coisa assim como verdade absoluta. Só há a sua verdade e a minha verdade. Se os “apelos à emoção e crença pessoal” o persuadirem, essa é a sua verdade. Tais apelos podem ser “pós-verdade” em relação a alegações objetivas de verdade, mas quem somos nós para julgar?”
A palavra “pós-verdade define essa mentalidade. O que ela não faz é alertar para as conseqüências desse comportamento. As questões morais, como o aborto,o casamento entre pessoas do mesmo sexo e a eutanásia são excluidas de debate com a alegação: “Você não tem direito de me julgar”. Mas é um mantra, não um raciocínio.
Mas Denison raciocina, e você pode exercitar o seu, rebatendo o argumento dele: “Evidentemente, afirmar que não existe uma verdade absoluta é fazer uma afirmação de verdade absoluta. Tal subjetivismo torna os julgamentos morais impossíveis: se toda a verdade é relativa, o Holocausto poderia ser a “verdade” de Hitler e o 11 de setembro poderia ser a “verdade” da al-Qaeda.”
A natureza humana não mudou desde sempre.Da mesma forma, as verdades da Bíblia provaram-se irrefutáveis. Denison conclui: “Nossa sociedade “pós-verdade” pode decidir que a Bíblia está errada em questões morais, mas somos nós que estamos errados. A palavra de Deus é uma bigorna – não quebramos seus mandamentos; Nós nos quebramos neles.”