Por Ben Shapiro, condensado do Real Clear Politics. Leia o artigo completo aqui.
Wokescolds* são os novos representantes do pânico moral. Já vimos muitos pânicos morais nos Estados Unidos, desde preocupações com videogames violentos, até preocupações com alegações de abuso sexual em creches. Mas nunca vimos um pânico moral da amplitude impressionante de hoje despertou o pânico moral. É um pânico moral que insiste em mudar características fundamentais de nossa sociedade, da biologia à linguagem, à política, à religião, às relações românticas, à arte, à comédia.
Dizem-nos que se não conseguirmos reescrever a biologia para sugerir que há mais de dois sexos, ou se não usarmos pronomes preferidos em vez de biológicos, inevitavelmente criaremos instabilidade emocional e mental entre certos grupos vulneráveis. Disseram-nos que, se não silenciarmos os membros de grupos que não sofreram o suficiente nos Estados Unidos, estaremos contribuindo para a perpetuação das hierarquias de poder que visam as minorias. Dizem-nos que, se não forçarmos as pessoas religiosas a violarem as suas próprias normas, a fim de atender àqueles que se ocupam daquilo que eles consideram ser uma atividade pecaminosa, estaremos reforçando a opressão religiosa. Dizem-nos que o único tipo adequado de relação sexual é aquele iniciado por limites contratuais de consentimento afirmativo, em vez de simples linguagem corporal afirmativa ou aquiescência. Disseram-nos que as canções “Baby, It’s Cold Outside” e “The Philadelphia Story” são marcas profundamente perturbadoras do nosso passado sexista o (rap moderno, repleto de degradação brutal das mulheres, é bom, no caso de você estar se perguntando). E nos dizem que, se considerarmos engraçadas as piadas politicamente incorretas, estamos reforçando os estereótipos regressivos.
Se falharmos em obedecer a essas novas restrições, seremos atacados pelos Wokescolds. Esses inquisidores “acordados” dominaram, aparentemente, a dinâmica sempre em mudança da política do poder esquerdista e estão dispostos a vasculhar a história on-line e as relações interpessoais de todos em busca de sinais de heresia. Uma vez descoberta a heresia, os Wokescolds realmente começam a trabalhar: eles exigem desculpas dos supostos pecadores e boicotes daqueles que se recusam a se desassociar deles. Desincentivam as pessoas decentes de se manifestarem: é melhor ficarem caladas para evitar a ira dos Wokescolds.
Os Wokescolds deliberadamente escolhem casos marginais, em que pessoas de bem podem ter opiniões divididas. Isso permite que os Wokescolds reduzam consistentemente os limites de segurança para aqueles que discordam deles.
A mais recente vítima dos Wokescolds: Louis CK. Ele abusou sexualmente demulheres. CK pediu desculpas. Mas agora voltou a fazer comédia.
Isso não deve ser permitido, porque suas piadas são sobre tópicos tabus como os pronomes de gênero. Assim CK foi pronunciado Unwoke. Na época em que xingava políticos conservadores, os Wokescolds o aceitavam. Mas agora devemos sugerir que ele não é mais engraçado.
Agora, o verdadeiro humor requer apenas satisfazer os Wokescolds.
Se tudo isso soa chato, desagradável e frustrante, é porque é. Entretanto, embora os Wokescolds tenham vitórias temporárias, essas vitórias certamente serão de Pirro, mas até lá destruirão muitas pessoas e desgastarão o tecido social quase irremediavelmente.
* Wokescold: neologismo com as palavras woke (acordado) e scold (repreender).