A súbita revolta de universitários em toda a América do Norte, em apoio ao Hamas e supostamente sobre o bem-estar dos palestinos, não resulta, para a maioria dos alunos, de laços pessoais.
Esses universitários não estudaram profundamente a história e a política do Oriente Médio, a história e a teologia do Islã e do Judaísmo e como as relações internacionais influenciam mais amplamente a região. Sabemos por causa dos muitos estudantes cantando “Do rio para o mar, a Palestina será livre [dos judeus]”, um grande número não pode nomear nem o rio nem o mar, nem apontar Israel ou Gaze em um mapa.
Um fator para assumirem o ativismo em defesa do Hamas é o lobby muçulmano altamente organizado e bem financiado, patrocinadores de grupos de defesa, que têm filiais nas universidades. Mas como a maioria dos universitários não se identifica como palestinos e muçulmanos, seu engajamento se deve à ideologia dominante nas universidades.
Quase todos os funcionários do mundo acadêmicos e da administração que eram filhos ou netos da revolução cultural dos anos 1960, que se identificaram como marxistas ou aceitaram análises e políticas marxistas. Assim, de longe, a ideologia dominante nas universidades é a concepção muito esquerdista de “justiça social”, geralmente definida e implementada como “diversidade, equidade, inclusão.”
A “justiça social” baseia-se na análise marxista de conflitos de classes. Nesta perspectiva, as únicas relações importantes na sociedade baseiam-se no conflito entre classes, sendo uma classe a exploradora, a outra a vítima oprimida. Hoje o marxismo pode ser rotulado de “marxismo cultural”, porque identifica classes como baseadas em sexo, raça, sexualidade, habilidade, etnia e religião, sendo crítico que se identifiquem as classes de opressores e vítimas.
Neste esquema, se apagam todas as diferenças individuais dentro dessas chamadas “classes”. As disparidades estatísticas atribuem-se, automaticamente, ao preconceito e à discriminação, se qualquer categoria estiver sub-representada. Outros fatores como preferências, escolhas, motivação e influências culturais são negligenciados, apesar das evidências que apoiam seu impacto.
Promulga-se a “justiça social” por meio da “diversidade, equidade, inclusão”, inclusão exclusivamente, é claro, para pessoas oprimidas. Além disso, a diversidade de pensamento é desencorajada, com opiniões divergentes punidas por oficiais da DEI agindo como executores ideológicos.
Com a “equidade” é completamente diferente. Ela espelha os ideais marxistas de igualdade absoluta. As disparidades são automaticamente rotuladas como evidência de preconceito e discriminação. Medidas tradicionais de mérito e realização são descartadas como tendenciosas. Asiáticos e judeus, muitas vezes grandes empreendedores, são classificados como “brancos” para se encaixar nesta narrativa. Consequentemente, os programas que promovem altas conquistas são eliminados e os testes padronizados são condenados como racistas.
Na narrativa da “justiça social”, os israelenses são retratados como opressores brancos e palestinos como BIPOC [black, indigenous, people of color = pretos, indígenas, pessoas de cor], negligenciando a complexidade racial dentro de ambas as populações. Esta simplificação ignora realidades históricas e genéticas, particularmente a ancestralidade compartilhada entre judeus israelenses e palestinos. A rotulação dos israelenses como imperialistas e colonizadores ecoa a ideologia leninista, retratando-os como opressores dos palestinos indígenas.
A narrativa da “justiça social” sobre o conflito israelo-palestino retrata israelenses como opressores brancos e árabes palestinos como BIPOC. No entanto, isso ignora a diversidade racial dentro de ambas as populações e o contexto histórico da expulsão judaica dos países árabes. A aplicação da dinâmica racial americana a este conflito é considerada absurda, especialmente considerando fatos históricos como a invasão de escravos árabes na África.
A perspectiva marxista-leninista afirma que os judeus israelenses são imperialistas que colonizaram os palestinos árabes indígenas.
Meu colega rejeitou os judeus como sendo nativos da Terra Santa, alegando status indígena apenas para os presentes quando os ocidentais chegaram. Apesar de evidências de presença judaica anteriores a chegadas posteriores, ele insistiu que os judeus saíam voluntariamente por razões econômicas. No entanto, a história mostra que os árabes chegaram mais tarde como invasores muçulmanos, impondo o supremacismo islâmico aos não-muçulmanos. Mas a revolta do campus não se preocupa com fatos históricos.
Muitos comentaristas criticam os universitários por protestarem em vez de assistir às aulas, mas a questão é mais profunda: as universidades propagam o marxismo cultural, moldando as opiniões dos estudantes sobre “justiça social” e DEI. Essa corrupção ideológica se estende além do conflito Israel-Palestina para atingir os valores dos Estados Unidos, do Canadá e do Ocidente. A aliança vermelho-verde domina as universidades, promovendo sentimentos anti-ocidentais como “Morte à América.”
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Um manifestante na Universidade de Columbia segura um cartaz que diz “Os próximos alvos de Al-Qasam” com uma seta apontando para os contramanifestantes pró-Israel. A Brigada Al-Qassam é o braço militar do Hamas. A imagem é de um vídeo gravado no fim de semana [20-21-04-2024] e postado por um professor de Columbia.