Foto: policial multa cristãos dentro de seus carros, em Greenville, Mississippi, durante um culto na Semana Santa.
Vídeo analisando o caso:
Norte-americanos presos por partiipar de um culto ao ar livre:
Não feche nossas igrejas novamente.
Por Rev. Matthew Roberts. Leia o artigo completo no The Critic.
Há um princípio que permeia a compreensão cristã de todos os assuntos humanos. É o seguinte: quando tentamos ser Deus, tornamo-nos menos que humanos; mas quando estamos dispostos a admitir que não o somos e adoraramos apenas a Deus, então descobrimos do que se trata a verdadeira humanidade. Fomos feitos para ser imagens de Deus, não deuses. Não aceitar isso é o maior problema da humanidade.
[…] Nosso governo tem acertadamente procurado mitigar os efeitos da doença, por meio de orientação social e pesquisa médica. Mas, cada vez mais, parece ter se encaminhado para nos salvar inteiramente da morte. Tudo deve cair/capitular diante do objetivo de eliminar o vírus agora mesmo. O problema é que ser salvo da sepultura não é algo que o governo possa fazer. A libertação da morte está no dom de Deus, não dos homens. Mas cada vez mais partes essenciais de nossa humanidade estão sendo esmagadas nessa tentativa: gerações sendo dilaceradas, estudantes obrigados a ficar em seus quartos, empregos e meios de subsistência destruídos, famílias submetidas a uma tensão intolerável.
Agora temos os líderes que merecemos, é claro. A culpa não é tanto deste governo em particular quanto de todos nós. Ao longo do último meio século, aproximadamente, nos tornamos uma nação que acredita que temos o direito de ser imortais e esperamos que nosso governo nos torne assim. O que o Coronavirus fez foi trazer a morte – algo que a mente moderna está apta a esquecer ou ignorar – desconfortavelmente perto (embora misericordiosamente menos do que todos temíamos no início), e temos contado com o estado para nos livrar desse terror.
Agora, o governo é uma coisa vital e preciosa. Tudo é uma questão de tornar a vida melhor e mais longa, na verdade esse é o papel que Deus lhe deu. É bom e correto que nosso governo faça o que estiver ao seu alcance para mitigar os efeitos de uma pandemia por meio de todos os poderes à sua disposição. Mas ele não consegue eliminar a morte. Se pensarmos que o governo consegue nos tornar imortais, ficaremos profundamente desapontados. Não importa quantas vezes nos digam ‘juntos vamos derrotar este vírus’, não o faremos. Tentar eliminar totalmente a morte é tentar o que não podemos fazer. Mas uma grande quantidade de dano desumanizador está sendo feito nessa tentativa. Ao tentar ser Deus, estamos nos tornando cada vez menos humanos.
Neste contexto, aqueles […] ministros cristãos […] são guardiães de notícias incrivelmente boas. A raça humana tentou ser Deus e se desumanizou; mas Deus, em resposta, tornou-se humano para nos elevar a Deus. Jesus Cristo demonstrou que a verdadeira humanidade está em se humilhar diante de Deus. E o Filho de Deus veio à terra para fazer muito mais do que isso: restaurar nossa humanidade, sofrer em seu próprio corpo humano crucificado todo o poder desumanizador de nossa orgulhosa tentativa de tomar para nós a coroa de Deus. Ao fazer isso, ele abriu a porta para a vida eterna. Quando Deus o ressuscitou dos mortos no domingo de Páscoa, ele derrotou a morte para sempre.
O evangelho cristão é basicamente um convite para vir e se juntar a Jesus Cristo. Junte-se a ele no futuro, ressuscitado de nossos túmulos como Jesus ressuscitou do seu. Junte-se a ele agora, como aqueles que não tentam ser Deus, mas o adoram de boa vontade. E descubra aí o significado da verdadeira humanidade. Livres do medo da morte, podemos começar a viver de verdade. Ministros cristãos, como eu, têm a tarefa de tornar esse convite público.
É por isso que é tão frustrante e irônico que as igrejas tenham recebido ordens de fechar em resposta à pandemia. Pois a igreja cristã é o único lugar na terra que tem uma resposta real para uma pandemia. Na tentativa de salvar da morte, foram fechadas as portas do único lugar na terra onde realmente existe a salvação da morte. Numa época em que as pessoas, mais do que tudo, precisam de esperança, foi fechado o único lugar onde a esperança pode realmente ser encontrada.
Agora, por algumas semanas, em um momento de perigo iminente ou desconhecido, isso pode ser necessário, como foi em março. Mas já passamos desse ponto, e as igrejas agora estão entre os mais seguros de todos os locais. E agora, mais do que nunca, o que se oferece dentro delas é o que nosso país precisa ouvir.
Enormes quantias de esforço e dinheiro estão sendo investidas na pesquisa de tratamentos e vacinas para a Covid-19, e com razão. Devemos fazer o possível para limitar o impacto desta e de todas as outras doenças na vida humana. Mas temos em nosso meio outra solução para a doença e a morte, e outra de uma ordem diferente e maior. Numa época em que a humanidade está sendo destruída, é o convite de Deus, em seu Filho Jesus Cristo, que nossa humanidade seja restaurada eternamente.
É por isso que quase 700 ministros e líderes de igreja como eu pediram esta semana ao Primeiro e aos Primeiros Ministros que parassem de tentar fazer o que só Deus pode fazer e, em vez disso, fizessem o que Deus os designou para fazer. Manter a justiça, tornar nossas vidas melhores e mais longas, equilibrar as várias ameaças contra nossa humanidade e nos proteger contra elas da melhor maneira possível. E não feche, em nome de tentar eliminar a morte, as coisas que mais importam nesta vida, nem o único lugar na terra onde podemos entrar na próxima.