Minha esposa e eu somos viciados em programas de reforma. […]
Nós […] apimentamos cozinhas, banheiros destruídos e trocamos espaços. Nós os invertemos, os destruimos, os consertamos e os projetamos com o orçamento de um centavo. […]
Um programa de que gostamos especialmente é o hit da HGTV Love It ou List It. Para você que não conhece, cada episódio mostra um casal que decide entre reformar sua casa existente ou encontrar uma nova que se adapte melhor às suas necessidades.
Não apenas os cônjuges geralmente ficam em lados opostos dessa decisão, mas o mesmo ocorre com os dois anfitriões do programa. Um supervisiona um processo de renovação árduo e sem orçamento, enquanto o outro vasculha o mercado em busca de alternativas prontas para a gratificação instantânea. Adora ou exclui?
Como expectador, admito que quase sempre sou a favor de exclui-la. As casas mais novas parecem mais bonitas, sem bagunça e sem complicações.
Então, qual opção você acha que a maioria dos casais do programa escolhe? A renovação árdua e econômica, é claro. É enlouquecedor assistir! Por que diabos alguém em sã consciência escolheria o imperfeito ao invés do sonho?
É simples: história.
O imperfeito tem história. Memórias de anos passados, difíceis de se desapegar e intransferíveis.
Marcas do crescimento de uma criança no batente de uma porta. O local de cochilo favorito de um cão da família. Um balanço bambo na varanda onde vaias foram consoladas e as lágrimas foram beijadas. Árvores maduras, plantadas como mudas, agora com um atalho marcado embaixo.
Essas imagens, cheiros e sons perfeitamente imperfeitos fazem parte de uma rotina, cheia de charme e nostalgia, com uma rica pátina relacional que nenhuma quantia de dinheiro pode comprar.
Vale a pena se agarrar a algumas coisas, não apesar das imperfeições, mas por causa delas. O casamento é uma delas.
Então, faça do seu um episódio de “amá-lo”. Não exclua, vire, troque nem quebre. Acentue os pontos positivos. Aproveite as imperfeições. Você está construindo algo duradouro e intransferível.