Existem muitas escolas diferentes de psicoterapia, mas todas convergiram para um conjunto de verdades mínimas. A primeira verdade pode ser: deixe sua história bem clara. Passado, presente, futuro, não importa. Você precisa mapear seu caminho. Você precisa saber onde esteve, onde está e para onde está indo. Você precisa saber onde estava para não repetir os erros do passado. Você precisa saber onde está, caso contrário não conseguirá traçar uma linha do ponto de partida até o destino. Você precisa saber para onde está indo, ou se afogará na incerteza, na imprevisibilidade e no caos, e morrerá de fome por esperança e inspiração. Para o bem ou para o mal, você está em uma jornada, em uma aventura, e é melhor que seu mapa seja preciso.
“In sterquiliniis invenitur”- na imundície será encontrado. Este é talvez o principal ditado “alquímico”. O que você mais precisa está sempre onde você menos deseja olhar. Isso é realmente uma questão de definição. Quanto mais profundo o erro, mais difícil é a revolução, maior a quantia de medo e incerteza liberados como consequência da reestruturação. As coisas que são mais informativas também são freqüentemente as mais dolorosas. Nessas circunstâncias, é fácil fugir. O ato de fugir, entretanto, transforma o desconhecido ambivalente naquilo que é assustador demais para se enfrentar. A aceitação de informações anômalas traz terror e possibilidade, revolução e transformação. A rejeição de fatos insuportáveis sufoca a adaptação e estrangula a vida. Escolhemos um caminho ou outro em cada ponto de decisão em nossas vidas e emergimos como a soma total de nossas escolhas. Ao rejeitarmos nossos erros, ganhamos uma segurança de curto prazo, mas jogamos fora nossa identidade com o processo que nos permite transcender nossas fraquezas, e tolerar nossas vidas dolorosamente limitadas:
“Havia um bom homem que era dono de uma vinha. Ele a alugou a fazendeiros arrendatários para que eles trabalhassem e ele pudesse coletar a sua produção. Ele enviou seu servo para que os arrendatários lhe dessem a produção da vinha. Eles agarraram seu servo e o espancaram, quase o matando. O servo voltou e contou ao seu mestre. O mestre disse: ‘talvez eles não o tenham reconhecido.’ Ele enviou outro servo. Os arrendatários também espancaram este. Então o dono mandou seu filho e disse: ‘Talvez eles mostrem respeito ao meu filho.’ Como os arrendatários sabiam que era ele o herdeiro da vinha, o prenderam e o mataram. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.”
Jesus disse: “Mostre-me a pedra que os construtores rejeitaram. Essa é a pedra angular.”
Enfrente o que você rejeita, aceite o que você se recusa a reconhecer, e você encontrará o tesouro que o dragão guarda.
Excerto de Mapas de Significado: A Arquitetura de Crença
Das páginas 311-312.
Imagem:
Bel Merodak guerreia com raios contra Tiamat. British Museum, nº 124571.