Todos nós sabemos que o marxismo não funciona e é, de fato, maligno, mas por que ele é tão atraente para tantas pessoas, especialmente jovens, idealistas, com pouca experiência na vida real?
Uma resposta é que é uma religião que fornece uma estrutura de história convincente sobre como se pode alcançar a utopia.
Uma das estruturas de história moral mais eficazes psicologicamente — isto é, o enquadramento da história, não a história específica em si — é a estrutura de história “vítima, vilão, herói”. Essa peça básica de moralidade é comovente. A vítima é maltratada pelo vilão e salva pelo herói.
O marxismo é extremamente bem-sucedido em contar uma versão simples, dura e convincente dessa história, de uma forma que parece descrever toda a sociedade, ou seja, toda a realidade e experiência social. Ele distorce a realidade transformando-a em um desenho animado infantil contado de forma invertida.
Logo na primeira página do Marxismo, temos essa história exposta. A história de toda a sociedade até então existente é a história de…vítimas e vilões.
O marxismo coloca o mundo inteiro nessa “luta de classes” e posiciona o marxista crente como o herói.
Os oprimidos são vítimas. Seus opressores são vilões. A situação é terrível. Os vilões têm todo o poder, poder demiurgico. As vítimas são infelizes e desesperançosas, mas! Mas os marxistas podem salvá-los e com eles a todos, inaugurando um mundo qualitativamente diferente e melhor.
Qualquer um que fique do lado dos marxistas, então, é um herói. Os marxistas alegam estar do lado “do povo”, que são essas vítimas. Os marxistas são os grandes revolucionários que derrubarão a sociedade injusta e os libertarão da opressão. Eles são heróis juntos.
No entanto, não são apenas as classes burguesas “exploradoras”/”opressoras” que são vilãs. Qualquer um que se oponha aos marxistas é enquadrado como sendo cúmplice ativa ou passivamente na opressão do povo e, portanto, se torna um vilão. Quem poderia se opor ao herói? Apenas um vilão.
Toda a arquitetura religiosa e sua capacidade de inspirar a juventude idealista (utópica) é derivada dessa estória de moralidade extremamente simplista e absurdamente contada, e os marxistas e seus apoiadores são os grandes heróis da história. Apenas eles estão do lado certo da história!
O marxismo está todo errado, no entanto. Ele não pode funcionar, então não vai funcionar. No processo, ele prejudica as mesmas vítimas que ele defende mais do que qualquer um e desloca a culpa por essas lesões para os vilões. Quem mais poderia ser? As vítimas são inocentes. Os marxistas são heróis. Devem ser vilões.
Essa estrutura narrativa simplista funciona como um feitiço mágico para mistificar e compelir (“deveres de consciência”) os que caem nela a se tornarem marxistas heroicos, retratados nas imagens mais descaradamente caricaturais do Realismo Socialista.
O apelo dessa estrutura de história, particularmente para uma mente idealista (não realista), pode ser avassalador. Quebrar o encanto dessa história como ela está sendo contada agora, de várias formas, é, portanto, o desafio.
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Alice Alinari, via Pexels.