Quando a cirurgia bariatrica começou, foi uma corrida dos obesos para operar.
No hospital da faculdade a cirurgia era feita pelo SUS e dois pacientes eram operados por semana. Uma fila foi organizada para atender o exército de gordos procurando ajuda no bisturi.
Acontece que os obesos, ao se depararem com a fila com 50 pessoas na frente, escorriam ao juiz. O juiz no alto de sua autoridade ordenava que o requerente fosse operado primeiro. A ordem era acatada e o obeso judicializador operado. Os outros ficavam na fila. Depois de um tempo só eram operados casos judicializados. Como o juiz ameaçava com prisão, e havia uma enxurrada de casos com sentença para operar, outros casos de não bariátrica tinham que ser protelados. Assim pacientes com câncer, obstrução do intestino, úlceras, cólica de vesícula etc deixavam de ser atendidos para dar lugar aos obesos.
Por fim, depois que os administradores hospitalares muito pedir aos juízes, os doutos meretíssimos chegaram à conclusão que quem deveria organizar as prioridades das operações eram as pessoas que estavam à frente dos pacientes e seus problemas. Ou seja, concluíram que quem dirige o ônibus é o motorista. Decisão brilhante!
Decisão judicial se sobrepõe à médica, sobre prioridades.