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"Não há marcadores biológicos claros para distinguir os casos dos não-casos." T. Dalrymple

Trechos extraídos ou texto replicado na íntegra do site: ucl.ac.uk.
Autoria do texto: Joanna Moncrieff e Mark Horowitz.
Data de Publicação: .
Leia a matéria na íntegra clicando aqui. ucl.ac.uk
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Todo mundo tem uma razão para ficar deprimido,
mas nem todo mundo está deprimido,
mesmo que sua razão seja muito forte.

Theodore Dalrymple

Escrevendo no The Conversation, a Professora Joanna Moncrieff e o Dr. Mark Horowitz (ambos da UCL Psychiatry) relatam que sua nova pesquisa não mostra nenhuma evidência clara de que os níveis de serotonina ou a atividade da serotonina sejam responsáveis ​​pela depressão.

Por três décadas, as pessoas foram inundadas com informações sugerindo que a depressão é causada por um “desequilíbrio químico” no cérebro, ou seja, um desequilíbrio de uma substância química cerebral chamada serotonina. No entanto, nossa última revisão de pesquisa mostra que as evidências não sustentam isso.

Embora proposta pela primeira vez na década de 1960, a teoria da serotonina da depressão começou a ser promovida amplamente pela indústria farmacêutica na década de 1990, em associação com seus esforços para comercializar uma nova gama de antidepressivos, conhecidos como inibidores seletivos de recaptação de serotonina ou ISRSs. A ideia também foi endossada por instituições oficiais, como a American Psychiatric Association, que ainda diz ao público que “diferenças em certos produtos químicos no cérebro podem contribuir para os sintomas da depressão”.

Inúmeros médicos repetiram a mensagem em todo o mundo, em seus consultórios particulares e na mídia. As pessoas aceitaram o que lhes foi dito. Muitos começaram a tomar antidepressivos porque acreditavam que tinham algo errado com o cérebro, que exigia um antidepressivo para consertar. No período dessa campanha de marketing, o uso de antidepressivos aumentou drasticamente, e agora eles são prescritos para um em cada seis adultos da população, na Inglaterra, por exemplo.

Por muito tempo, certos acadêmicos, incluindo alguns psiquiatras importantes, sugeriram que não há evidências satisfatórias para sustentar a ideia de que a depressão é resultado de serotonina anormalmente baixa ou inativa. Outros continuam a endossar a teoria. Até agora, no entanto, não houve nenhuma revisão abrangente da pesquisa sobre serotonina e depressão que pudesse permitir conclusões firmes em nenhum sentido.

À primeira vista, o fato de que antidepressivos do tipo ISRS atuam no sistema serotoninérgico parece apoiar a teoria serotoninérgica da depressão. Os ISRS aumentam, temporariamente, a disponibilidade de serotonina no cérebro, mas isso não implica, necessariamente, que a depressão seja causada pelo oposto desse efeito.

Há outras explicações para os efeitos dos antidepressivos. Na verdade, os testes com medicamentos mostram que os antidepressivos são quase indistinguíveis de um placebo (pílula falsa) quando se trata de tratar a depressão. Além disso, os antidepressivos parecem ter um efeito generalizado de entorpecimento emocional, que pode influenciar o humor das pessoas, embora não saibamos como esse efeito é produzido nem muito sobre ele.

Houve uma extensa pesquisa sobre o sistema de serotonina desde a década de 1990, mas ela não foi coletada sistematicamente antes. Conduzimos uma revisão “guarda-chuva” que envolveu identificar e reunir sistematicamente visões gerais existentes das evidências de cada uma das principais áreas de pesquisa sobre serotonina e depressão. Embora tenha havido revisões sistemáticas de áreas individuais no passado, nenhuma combinou as evidências de todas as diferentes áreas adotando essa abordagem.

Uma área de pesquisa que incluímos foi a pesquisa comparando os níveis de serotonina e seus produtos de degradação no sangue ou fluido cerebral. No geral, essa pesquisa não mostrou diferença entre pessoas com depressão e as sem depressão.

Outra área de pesquisa se concentrou nos receptores de serotonina, que são proteínas nas extremidades dos nervos com os quais a serotonina se conecta e que podem transmitir ou inibir os efeitos da serotonina. A pesquisa sobre o receptor de serotonina mais comumente investigado sugeriu que não havia diferença entre pessoas com depressão e pessoas sem depressão, ou que a atividade da serotonina estava realmente aumentada em pessoas com depressão, o oposto da previsão da teoria da serotonina.

Pesquisas sobre o “transportador” de serotonina, que é a proteína que ajuda a encerrar o efeito da serotonina (essa é a proteína na qual os ISRSs agem), também sugeriram que, quando muito, houve aumento da atividade da serotonina em pessoas com depressão. No entanto, essas descobertas podem ser explicadas pelo fato de que muitos participantes desses estudos usaram ou estavam usando antidepressivos.

Também analisamos pesquisas que exploraram se a depressão pode ser induzida em voluntários pela redução artificial dos níveis de serotonina. Duas revisões sistemáticas de 2006 e 2007 e uma amostra dos dez estudos mais recentes (na época em que a pesquisa atual foi conduzida) descobriram, em centenas de voluntários saudáveis, que a redução da serotonina não produziu depressão. Uma das revisões mostrou evidências muito fracas de um efeito em um pequeno subgrupo de pessoas com histórico familiar de depressão, mas isso envolveu apenas 75 participantes.

Estudos muito grandes, envolvendo dezenas de milhares de pacientes, observaram a variação genética, incluindo o gene que tem as instruções para fazer o transportador de serotonina. Eles não encontraram nenhuma diferença na frequência de variedades desse gene entre pessoas com depressão e controles saudáveis.

Embora um famoso estudo inicial tenha encontrado uma relação entre o gene transportador de serotonina e eventos estressantes da vida, estudos maiores e mais abrangentes sugerem que tal relação não existe. Eventos estressantes da vida, em si, no entanto, aplicaram um forte efeito no risco subsequente das pessoas de desenvolverem depressão.

Alguns dos estudos em nossa visão geral que incluíram pessoas que estavam tomando ou haviam tomado, previamente, antidepressivos mostraram evidências de que os antidepressivos podem, realmente, diminuir a concentração ou atividade da serotonina.

A teoria da serotonina da depressão tem sido uma das teorias biológicas mais influentes e extensivamente pesquisadas teorias biológicas sobre as origens da depressão. Nosso estudo mostra que essa visão não é apoiada por evidências científicas. Ela também questiona a base para o uso de antidepressivos.

Presume-se que a maioria dos antidepressivos atualmente em uso atuem por meio de seus efeitos na serotonina. Alguns também afetam o químico cerebral noradrenalina. Mas especialistas concordam que a evidência para o envolvimento da noradrenalina na depressão é mais fraca do que a da serotonina.

Não há outro mecanismo farmacológico aceito para como os antidepressivos podem afetar a depressão. Se os antidepressivos exercem seus efeitos como placebos, ou entorpecendo as emoções, então não está claro que eles fazem mais bem do que mal.

Embora ver a depressão como um distúrbio biológico possa parecer que reduziria o estigma, na verdade, pesquisas mostram o oposto, e também que pessoas que acreditam que sua depressão é causada por um desequilíbrio químico são mais pessimistas sobre suas chances de recuperação.

É importante que as pessoas saibam que a ideia de que a depressão resulta de um “desequilíbrio químico” é hipotética. E não entendemos o que a elevação temporária da serotonina ou outras alterações bioquímicas produzidas por antidepressivos fazem ao cérebro. Concluímos que é impossível dizer que tomar antidepressivos ISRS vale a pena, ou mesmo que é completamente seguro. As pessoas precisam de todas essas informações para tomar decisões informadas sobre tomar ou não antidepressivos.

Imagem:
Pixabay, via Pexels.

zhttps://www.ucl.ac.uk/news/2022/jul/analysis-depression-probably-not-caused-chemical-imbalance-brain-new-study

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Colunista do Conselho Internacional de Psicanálise.

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